sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Como a Aids compromete a fertilidade de homens e mulheres

No mês de dezembro, o mundo inteiro reforça as atenções para a conscientização e o combate à Aids. Cerca de 37.791 novos casos da doença foram registrados em 2017, segundo o Ministério da Saúde. Além de toda a dificuldade causada pelo árduo tratamento, a Aids pode afetar também a fertilidade de homens e mulheres. 

“Geralmente, a população mais atingida pelas ISTs é a de jovens em idade fértil. As complicações são imediatas, causando inflamação nos genitais internos do homem e da mulher, que podem provocar a infertilidade de ambos. Apenas uma minoria percebe algum sintoma”, explica Daniel Diógenes, especialista em medicina reprodutiva e diretor da Clínica Fertibaby Ceará.

Segundo o médico, nas mulheres, a Aids costuma afetar a tuba uterina, que é o caminho percorrido pelos espermatozoides para chegar ao óvulo, inflamando-a e obstruindo-a, levando a mulher a desenvolver uma gravidez fora do útero, ou ectópica. “Nestes casos, o feto não se desenvolve no local apropriado e, geralmente, não sobrevive, e, ainda que resista, durante a gestação, pode destruir as estruturas maternas e causar o nascimento de crianças com malformações. Durante o parto, podem atingir o recém-nascido, causando doenças nos olhos e pulmões”, explica.

Daniel explica que nos homens os efeitos causados pela Aids podem ser a infecção do canal da urina, da próstata e do epidídimo, que é a parte do corpo masculino onde ocorre o amadurecimento dos espermatozoides. Quando afetada, a qualidade do sêmen pode ficar comprometida. “A Aids, assim como outras doenças sexualmente transmissíveis, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves, como a infertilidade permanente, principalmente nas mulheres, embora homens também sejam afetados”, diz.

O que fazer caso pessoas com HIV queiram ter filhos?

Quando o homem tem HIV, o processo para que não ocorra a contaminação da parceira é recolher e analisar o sêmen para ver a taxa viral que o homem carrega. Caso seja muito alta, o tratamento é anulado e o espermatozóide não poderá ser utilizado, mas se o número for baixo, o sêmen passa por um processo de lavagem, no qual o vírus é retirado completamente. Depois, o espermatozóide é inserido direto no útero ou fecundado no óvulo ainda no hospital, e em seguida, plantado no útero da mulher. Com esse processo, a probabilidade da criança ter o vírus é zero.

“Uma das possibilidades para os casais em que um dos parceiros tem HIV e que há o desejo de gerar um filho, é recorrer à reprodução assistida, reduzindo ou zerando as chances de infecção do cônjuge”, explica Daniel Diógenes, especialista em medicina reprodutiva e diretor da Fertibaby Ceará.


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