“O que se sugere, que quando as pessoas receberem uma noticia é preciso que façam uma busca nos sites oficiais”
É
sabido que em todas as eleições as desinformações, que é chamada de fake news
e especialmente no processo eleitoral,
aumentam muito,isso porque a internet e as redes sociais tiveram um crescimento
enorme nos últimos anos e as desinformações ganharam mais força, mas a Justiça
Eleitoral também não ficou parada no tempo. Os diversos órgãos da Justiça
Eleitoral em suas respectivas competências estão dotados tanto de mecanismos
legislativos quanto estruturais para combater as também chamadas “fake news”.
Segundo o juiz auxiliar da Presidência do TRE-CE e presidente do Comitê do Enfrentamento à Desiformação, Rommel Moreira Conrado, o WhatsApp é o que mais circula com uma velocidade estonteante. “O que se sugere, que quando as pessoas receberem uma noticia é preciso que façam uma busca nos sites oficiais”, disse o juiz.
Ainda
de acordo com, Rommel Conrado, no âmbito do Tribunal Regional Eleitoral do
Ceará (TRE-CE), estão sendo realizadas capacitações específicas com magistrados
e servidores visando a minimizar os efeitos das desinformações, inclusive com a
participação de órgãos auxiliares como Polícia Federal, Polícia Civil, ABIN,
dentre outros com acesso à tecnologia de investigação digital. “Do mesmo modo,
faremos palestras e reuniões com os representantes partidários visando ao
estreitamento das relações e uma atitude preventiva de não propagação de fake news”, finalizou.
Consequências da fake news
O deputado federal (PDT), Pedro Bezerra, já teve problemas com fakes news durante a sua campanha de 2018. ”Fui vitima na minha última campanha, pelas disseminações de mentiras e fofocas nas redes sociais e principalmente no WhatsApp, já que é um meio mais difícil de ser identificado de imediato”, conclui o deputado. Ainda de acordo com o deputado, ele procura combater as fakes news, através da verdade. “Eu respondo as respostas falsas com a verdade", disse.
As fake news vão crescendo de acordo com os compartilhamentos feitos em grupos, sejam eles de amigos, escolas e de famílias é o que aconteceu com a eleitora Antonieta da Silva, dona de casa, casada e mora em Fortaleza, foi vitima de fake news, nas eleições de 2018. Antonieta acreditou nos materiais noticiosos que recebia diariamente em suas redes sociais e principalmente no WhatsApp. “Quando eu recebia as noticias, vídeos eu já compartilhava nos grupos e isso foi crescendo e no final eu descobri que tudo não passava de mentiras, fofocas a tal fake news né que diz. Não caio mais e tudo que vem pra mim através das redes sociais, eu vou atrás da veracidade”, ressaltou.
O
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) publicou a Resolução nº 23.671/2021, com
previsão de multa para disparo em massa e também estabelecendo punição por
divulgar conteúdo sabidamente falso. “A Resolução menciona multas, pena de
prisão e pode, inclusive, em caso de conduta suficientemente grave, ocorrer à
cassação do mandato, como recentemente se verificou em decisão do TSE que
cassou o mandato do deputado estadual do Paraná, Fernando Francischini por
divulgar notícias falsas contra o sistema eletrônico de votação”, explica
Rommel.
Brasileiros ficam no ranque de leituras
negativas
Um
Estudo feito em 2018, pelo o Instituto Mundial de Pesquisa (IPSO), que recebeu
o titulo como: Noticias falsas, filtros de bolhas, pós verdade e verdade. Os
dados apontam que, 62% dos entrevistados do Brasil acreditam em fake news, sendo que a média mundial é de 48%.
Já
em 2020, o Instituto Reuters “Reuters
Institute Digital News Report” fez um
levantamento e constatou que o WhatsApp
é que mais disseminam noticias negativas entre os brasileiros.
Os dados
mostram que os brasileiros são os que mais acessam esse tipo de noticias, já os
outros países que também participaram da pesquisa ficam abaixo da média: Brasileiros
48%, Austrália 8%, Reino Unido 7%, Canadá 6% e Estados Unidos 4%.
Por Ana Freires